Poesia Parnasiana

OLAVO BILAC - apresentou poesias de temas variados, como o lirismo amoroso, a morte, a velhice, a existência humana, além da História Antiga e do Brasil. Conhecido como o "principe dos poetas brasileiros".


ALBERTO DE OLIVEIRA - o "mais parnasiano"; escreveu poemas sentimentais, descritivos e satíricos.

RAIMUNDO CORREIA - suas obras apresentam reflexões de ordem moral e social, com versos pessimistas e filosóficos.



Vaso Chinês

Estranho mimo, aquele vaso! Vi-o
Casualmente, uma vez, de um perfumado
Contador sobre o mármor luzidio,
Entre um leque e o começo de um bordado.

Fino artista chinês, enamorado
Nele pusera o coração doentio
Em rubras flores de um sutil lavrado,
Na tinta ardente, de um calor sombrio.

Mas, talvez por contraste à desventura -
Quem o sabe? - de um velho mandarim
Também lá estava a singular figura:

Que arte, em pintá-la! A gente acaso vendo-a
Sentia um não sei quê com aquele chim
De olhos cortados à feição de amêndoa.

                                             Alberto de Oliveira


 

A Cavalgada


A lua banha a solitária estrada.
Silêncio! ... Mais além, confuso e brando,
O som longínquo vem se aproximando
Do galopar de estranha cavalgada.

São fidalgos que voltam da calçada;
Vêm alegres, vêm rindo, vêm cantando,
E as tropas a soar vão agitando
O remanso da noite embalsamada...

E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha.

E o silêncio outra vez soturno desce...
E límpida, sem mácula, alvacenta,
A lua a estrada solitária banha...

                                                     Raimundo Correia


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